ChatGPT — Vilão ou Mocinho?
30 de janeiro de 2023

Quando perguntamos ao ChatGPT (Chat Generative Pre-Trained Transformer) seus malefícios para a sociedade, em poucos segundos ele nos diz, claro e preciso:
>Desemprego devido à automação de trabalhos humanos
>Discriminação e amplificação de desigualdades sociais
>Uso potencial para fins maliciosos, como vigilância em massa ou armas autônomas
>Risco de descontrole e até mesmo subversão da tecnologia
Diante de tantos malefícios, afinal, o que é o ChatGPT?
Objetivo e sucinto quando solicitado, complexo e prolixo se assim for pedido, esta nova tecnologia artificial tem movimentado as redes e gerado grande polêmica nos últimos tempos. É um chat robô desta geração superinteligente, atualizado e coeso. Isto deve-se à sua imensa capacidade de nos trazer informações detalhadas e certeiras, instantaneamente, em um único texto linear, em tópicos ou em formato de perguntas e respostas — sem necessidade de perder horas fazendo pesquisas e reunindo informações de diversas fontes.
Ameaças
Como o próprio chat honestamente nos diz, seus malefícios para a sociedade são importantes e requerem atenção. O emprego de profissionais da área de redação, designer, autores acadêmicos ou romancistas, economistas e inúmeros outros cargos estão postos à prova sob ameaça do chat.
Diversos corpos docentes, como a universidade de A Sciences Po, uma das melhores universidades da França, proibiu o uso do ChatGPT, informando que o uso desta tecnologia ameaça os copyrights e sucinta fraudes, já que apesar da IA trazer textos coesos e aparentemente autorais, as fontes destas informações vêm de milhões de outros textos pela internet e de acervos que podem ser protegidos, ameaçando autores e obras de diversas áreas.
Investimentos
Enquanto isso, em meio ao boom polêmico, a Microsoft anunciou recentemente que investiu bilhões de dólares na OpenIa, o laboratório de inteligência artificial que criou o chatGPT, fomentando ainda mais a discussão e alegrando outros milhões que se beneficiam desta tecnologia. Além disso, outras empresas se veem interessadas em entrar nesta concorrência e trazer IA’s mais afiadas e atualizadas.
O Deus Ex Machina
Por um lado, a ameaça real de dizimar dezenas de profissões e gerar milhões de desempregados; do outro, como o próprio chat (orgulhoso!) nos responde, a incalculável:
>Melhora da eficiência e produtividade
>Tomada de decisão mais rápida e precisa
>Assistência em tarefas perigosas ou repetitivas
>Acesso a grandes quantidades de dados
>Melhoria em saúde e educação
Ele sabe dos seus contrapesos e nos expõe claramente. O ChatGPT nos escancara que estamos diante de um paradoxo tecnológico disruptivo, exigindo uma readaptação de ações que usufruam e absorvam esta tecnologia de maneira saudável e produtiva. E, desta forma, aceitando-o e compreendendo-o como parte de um futuro tecnológico inegável e por vezes irreversível, que nos obriga a encontrar novos caminhos para sobrevivermos dentro desta revolução — revolução esta completamente subversiva de (co)(re)criação de conteúdos digitais. Ele chega definitivamente como o Deus Ex Machina dos conteúdos.
Com tanto poderio, contudo… será que ele saberia nos responder se vamos sobreviver desta vez?