A Crise das Big Techs — Até Onde Seremos Afetados?
27 de fevereiro de 2023

O que antes eram vistas como potências e supremacias corporativas, hoje as big techs sofrem uma crise até então inédita em sua história. Empresas como Meta (Face, Instagram e WhatsApp), Microsoft, Dell e outras já anunciaram mais de 100 mil demissões nos últimos meses, com outras milhares ainda em curso. No Brasil, o efeito dominó também já foi sentido por XP, C6 Bank, Loggi e outras.
Quais são as causas desta debandada das big techs?
No auge da pandemia, os serviços digitais foram expandidos devido à quantidade gigante de pessoas que passaram a ficar em casa. Isto ocasionou em uma contratação em massa de várias frentes de trabalho do ambiente digital, com o objetivo de suprir a gigante (e urgente) demanda do setor.
Os lucros foram altos e o ambiente superaqueceu de uma maneira poucas vezes vista. Passada a pandemia, as empresas viram que as contratações foram demasiadas altas e não conseguiram mantê-las. A economia retomou a passos lentos (diferente do que se imaginava) e veio a guerra da Ucrânia, causando incertezas na economia global. Tudo isto somado ainda à alta da inflação e aumento dos juros americanos, resultou nestas tantas demissões em massa, gerando até redução de estrutura física das empresas e fechamento de escritórios.
A “Maçã Protegida”
A Apple é uma das poucas big tech a resistir aos cortes. Ela foi comedida nas contratações durante a pandemia e hoje se vê num ambiente mais confortável. Foi a big tech que menos aumentou seu quadro desde 2015. Enquanto a Microsoft cresceu cerca de 36% nos últimos dois anos, a Apple evoluiu menos de 15% em suas contratações.
Ações neste momento de incertezas
Algumas empresas têm adotado medidas controversas para voltar a lucrar e animar os acionistas. O Twitter, por exemplo, anunciou que somente aqueles que pagam seu plano anual tem direito à autenticação de dois fatores, um método de autenticação que mantém a segurança e evita roubo de perfis. Além disso, querem também cobrar por verificar contas — indicador que é muito usado, principalmente por maiores perfis. Já a Meta anunciou um plano de assinatura para ajudar creators na manutenção de suas contas e com proteção personalizada.
O que vai acontecer a partir de então?
Uma das mais afetadas, a Meta, disse que 2023 será o “Ano da Eficiência”. É o que se espera de todas ou pelo menos da maioria. Especialistas dizem que esta turbulência trata-se apenas de uma reestruturação necessária pós pandemia e que em 2023 haverá uma estabilização maior e mais eficiente das big techs. Em contrapartida, estes serviços adicionais que foram anunciados são tendências e a segurança das nossas contas e dados estão cada vez mais propensos à taxação.
A certeza é uma: a crise, seja de fato uma quebra ou uma reestruturação momentânea, gerou efeitos que vamos sentir financeiramente a longo e indefinido prazo.